domingo, 16 de outubro de 2011

A sua corda é de valor!!!






"Escute aqui seu jogador, a sua corda é de valor!"

Esta música é bem conhecida na roda de capoeira, mas penso que poucos capoeiristas se deram conta do significado de tal mensagem.
Não importa o segmento que se siga, tampouco a nomenclatura que se dê a um símbolo (corda, cordel, lenço de seda...), a questão é o significado que tal símbolo carrega.
A corda não serve para segurar o abadá, muito menos para servir de adorno...este símbolo vem carregado de significado e valor (para quem usa, e para o segmento ao qual representa).
Não podemos julgar o capoeira pela cor da sua corda sem conhecer seu sistema de graduação. A corda que se usa "demarca" que estágio o capoeirista está...o que ficou pra trás e o que está por vir! Pelo menos é assim que se espera!
A corda que se recebe é o reconhecimento do caminho trilhado até o momento pelo capoeirista. Deve servir de incentivo, mas sobretudo de autoavaliação!
Num tom mais poético, podemos dizer que a corda atada a cintura serve para não nos deixar perder e voar ao som mágico do berimbau!
Devemos, com certeza, almejar trocar nossa graduação, mas lembrando que não se muda somente as cores, mas transforma-se o ser capoeirista. É outra etapa que se inicia...
A corda nova tem as cores mais vibrantes que aquela já desbotada e desgastada com o tempo. É o símbolo do recomeço e um lembrete de que se tem muito a buscar...mas esse convite a novas possibilidades tem de ser reconhecido pelo próprio capoeirista e pelo meio em que ele está...senão a corda se resume a um significado...mas não a um valor!

ps: estamos vivenciando na capoeira momentos de promoção e reconhecimento dos capoeiristas, o que me instigou a refletir ainda mais sobre esta simbologia na capoeira - a graduação.
Parabéns a todos os praticantes que despertam em nós motivação e emoção!E fica aí um convite a se pensar se a sua corda é de valor!!

Salve!





Um comentário:

  1. O SONHO NÃO ACABOU

    Escrevi um poema na areia
    Cheio de nuanças
    E de contratempos,
    Ora inspirado pelo mar
    Ora trazido pelo vento.

    As ondas rebateram
    Exigindo também o seu lugar,
    Nem que fosse ao lado
    Do ponto máximo do fim.

    As gaivotas sobrevoaram
    Em círculos provocantes;
    Enciumadas de contemplação,
    Pousaram sobre palavras-chaves,
    Tornando meus versos incompreensíveis.

    A noite foi surgindo sem pressa,
    Permitindo que eu terminasse;
    Mas a lua, cheia de inveja,
    Se negou a iluminar.

    Ela enfeitiçou o mar
    Que sob seu encanto libertou a maré;
    Enfurecido, eu a agredi em vão...

    No dia seguinte, cabisbaixo,
    Retornei à praia
    Para ver o que tinha restado:
    As ondas estavam calmas
    E as gaivotas sobrevoavam felizes.

    Caminhei lentamente pela areia
    Quando, de súbito, meu olhar se aviltou
    -Apenas uma frase o mar me deixou:
    O sonho não acabou.

    *Agamenon Troyan poeta brasileiro, autor do livro (O Anjo e a Tempestade)

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