quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ESPIRITUALIDADE.


Talvez eu possa definir uma Força Maior que rege em mim, por espiritualidade. Não tenho religião, embora tenha me criado em um ambiente de práticas e crenças evangélicas. No decorrer da vida fui percebendo e sentindo outras coisas... Por que é que a sociedade discrimina quem não tem religião? Temos o livre arbítrio de crer ou descrer no que bem entendemos. Tem gente que até mente ser de tal religião pra não ser discriminado. Eu não! Não sigo uma religião específica, tampouco creio em dogmatismos.

Também não quero ficar me explicando, isso é apenas um desabafo.


Por esses dias iniciei a leitura de um livro indicado por uma grande amiga. Ao percorrer as primeiras páginas, a autora descreve DEUS e a maneira com que exerce sua fé. Suas palavras são simples e claras, e que portanto, faço das palavras dela as minhas:


"(...)deixem-me explicar primeiro porque uso a palavra Deus, quando poderia muito bem usar as palavras Jeová, Alá, Shiva, Brahma, Vishnu ou Zeus. Ou então, eu poderia chamar Deus de "Aquilo", que é como fazem as antigas escrituras em sânscrito, e que considero traduzir bastante bem a entidade onipresente e inominável que algumas vezes já vivenciei. Mas esse "Aquilo" me parece impessoal - uma coisa, não um ser-, e eu própria não consigo rezar para um "Aquilo". Preciso de um nome de verdade, para sentir totalmente que existe alguém presente. Pelo mesmo motivo, quando rezo, não ofereço minhas preces ao Universo, ao Grande Vazio, à Força, ao Ser Supremo, ao Inteiro, ao Criador, à Luz, ao Poder Maior, nem mesmo à mais poética das manifestações do nome de Deus, tirada, acho eu, dos evangelhos gnósticos: "A Sombra da Virada". Não tenho nada contra nenhum desses termos. Sinto que são todos equivalentes, porque são todos descrições igualmente adequadas e inadequadas do indescritível. Mas todos nós precisamos de um nome funcional para essa indescritibilidade, e "Deus" é o nome que me soa mais caloroso, então é ele que uso. Eu deveria confessar também que geralmente me refiro a Deus como "Ele", o que não me incomoda porque, a meu ver, trata-se somente de um pronome pessoal que facilita as coisas, não de uma descrição anatômica precisa ou de um motivo para revolução. (...)Embora eu ache que escrever o pronome em letra maiúscula seja um toque a mais, uma pequena gentileza na presença do divino. Culturalmente, embora não teologicamente, sou cristã. (...)E, embora eu de fato ame aquele incrível professor da paz chamado Jesus, e embora me reserve o direito de me perguntar em determinadas situações difíceis o que de fato Ele faria, não consigo engolir a regra fixa da cristandade que insiste que Jesus é o único caminho para Deus. (...)

Tradicionalmente, sempre me senti tocada pelos místicos transcendentais de todas as religiões. Sempre reagi com admirada animação a qualquer um que já tenha dito que Deus não mora em uma escritura dogmática, nem em um trono distante no céu, mas que ele está muito perto de nós - muito mais perto do que podemos imaginar, respirando através dos nossos próprios corações. (...) Deus é uma experiência de amor supremo." (Elizabeth Gilbert).


Ao ler tais descrições dessa autora, reafirmei minha opinião sobre Deus, de que não importa o nome que Ele tenha, tampouco a maneira como é louvado, seja na reza, na oração, no rito, na prece, na missa, no culto, etc. Busco a Força Maior, que também chamo de Deus, todos os dias, em todas as situações e em todas as pessoas, já que creio que Ele mora em nossos corações, e se faz presente em nossas atitudes de praticar o bem e propagar o AMOR. Meu templo é a VIDA e a natureza.

Fica aqui meu respeito a qualquer tipo de religião ou outro meio de buscar Deus, desde que seja para o bem, em busca de PAZ de espírito.


E já que estamos findando mais um ano, desejo à todos que o próximo seja repleto de paz de espírito, serenidade, amor no coração, luz para as realizações, saúde e fé por dias melhores! FELIZ ANO NOVO!!




quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Berimbau tá me chamando...


Esse ano de 2010 estive um tanto distante do mundo da capoeira,por razões pessoais e profissionais em que a escolha me levou a outro caminho, no qual, sem a menor dúvida, me enriqueceu muito nas aprendizagens que adquiri, e sobretudo nas amizades que construí. Este ano também marcou a realização de um sonho: concluí o curso de PEDAGOGIA, no qual escolhi por conta da capoeira. Foi ela, a capoeira, que me instigou (e cobrou) a aperfeiçoar-me. Neste último ano de curso na universidade, experenciei um laboratório riquíssimo, a sala de aula. Assumi uma turma de maternal I na escola Interpares, sob a sede e vontade de colocar em prática o que aprendi na Pedagogia, e ainda, beber a educação direto da fonte. Foi uma experiência incrível (e inesquecível!!).

Mas, profissionalmente falando, nunca tive outra experiência que não fosse na capoeira. Meu primeiro e único emprego desde que eu tinha 14 anos. Sempre atuei no ambiente escolar, e por ser assim, me reconheço educadora desde então. Este ano também marca meus 15 anos de história na capoeira e na Kauande. Embora um tanto distante da capoeira, como já escrevi anteriormente, não estive ausente, porque nunca deixei de pensar nela, e contribuir de alguma forma. O distanciamento me fez aprender sob outros ângulos. Capoeira também se aprende fora da roda, e pude observar o movimento que nela ocorre, ainda que sem chão, ainda que sem som!

O distanciamento me fez buscar outros olhares, não menos importante de quem tá lá...descalço ao pé do berimbau. O abadá não foi o uniforme de trabalho, tampouco o berimbau a fonte de ganhar o pão de cada dia, mas a capoeira foi a força ancestral do cotidiano. Os sábios mestres já diziam: a capoeira é ensinamento pra vida! De fato, apliquei rasteira e esquivei-me sob outras situações. O olhar tem de estar atento a tudo, mesmo que se esteja de ponta cabeça.

E na linguagem dos capoeiras, faço minha leitura do que vivenciei no decorrer deste ano... dei a "volta ao mundo", e estou agachada ao pé do berimbau: pronta pro jogo outra vez!


Sei que não se pode ter tudo na vida, e que portanto temos de fazer escolhas...BERIMBAU TÁ ME CHAMANDO! EU VOU...



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O TEMPO!


Venho aqui escrever algumas inquietações! Tenho ouvido falar em mal do século. Para alguns é o estresse, para outros a globalização, e outros diriam a solidão. Eu concordo, mas chego a pensar que o mal do século é O TEMPO, melhor dizendo, a falta dele! O que é que mais angustia as pessoas hoje em dia? A falta de tempo...pra fazer atividade física, viajar, ler um livro,namorar, visitar um amigo, escrever uma carta (outros tempos esse!!),escolher um presente a um ente querido, ou tempo pra não fazer nada! Falta tempo pra tudo! Somos todos vítimas desse "mal do século". Isso tem me levado a interrogar cotidianamente a vida. Se perguntasse hoje as pessoas qual é o seu bem maior, certamente ouviria: a vida, a família, o amor, os amigos. De fato, são bens preciosos, mas penso que o bem maior é O TEMPO. De que vale uma vida sem tempo, ou ainda, um tempo sem vida? Tá aí o mal do século. Não sabemos o que fazer com o tempo que dispomos, ou pior, o tempo não é disposto, é imposto (por diversas razões). Este tema é tão bem explorado pelos filósofos, historiadores, poetas e músicos que nos provocam o tempo todo a (re)pensar sobre. Nós que passamos apressados pelas ruas da cidade, pelas calçadas do prédio, pelos corredores da casa, não temos tempo para apreciar, descansar, refletir, rememorar, comunicar...nosso tempo é o tempo todo dedicado à produzir! Sim, temos de ser o mais ágil, mais competente, mais inteligente, mais eficaz, mais bonito e bonita e isso toma quase que todo o nosso tempo. Num paradoxo, o mesmo tempo que adoece, é o tempo que cura!É o mal do século e o bem maior! Ele representa toda a nossa existência: passado, presente, futuro. O tempo é ferramenta dos sonhos que ajusta as concretizações. É tempo de que? De sonhar? De realizar? De esperar? Enquanto se pensa numa resposta, o calendário e o relógio nos lembram o tempo inteiro que é tempo de viver! Então é isso, vou correr apressada para viver meus amores, meus amigos, meu lazer, meu fazer, meu ser. Ainda dá tempo...e nesse compromisso eu não posso me atrasar!


"Todos os dias quando acordo

Não tenho mais o tempo que passou

Mas tenho muito tempo

Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia.

Sempre em frente...

Não temos tempo a perder.


...temos nosso próprio tempo!"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ternura.


"Não sei se o mundo é bom, mas ele ficou melhor quando você chegou e perguntou: Tem um lugar pra mim?"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


"(...) disciplina é LIBERDADE!

COMPAIXÃO é fortaleza!

Ter bondade é ter CORAGEM!"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ENCERRANDO CICLOS.


"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e as vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."